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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

EDMILSON SCRASSULO, UM GRANDE TRIATLETA QUE NOS DEIXOU !


Quando transformamos dor em poesia, clamamos ao Sol que volte a brilhar.
Hoje o céu amanheceu assim
Um tanto quanto morno
Cansado até de chorar

Meio calado, com as nuvens paradas
Não querendo despertar
O mar, liso, profundo em dor
Dizendo que hoje não queria acordar

Quando olho logo cedo para esse oceano
Daqui do alto da minha falta de entendimento de algumas coisas da vida
Percebo quão pequenos somos no Universo

E ainda assim, o que não nos falta são os amores
Amores, em sua maioria, recheado de cores
E em outras tantas vezes, de dores

Essas dores cortantes, imprevisíveis
Que levam para si e para longe de nós
Muitos que poderiam ter ficado um pouco mais

Essas dores que as saudades sempre irão amenizar
Pois as saudades são os amores que ficam
Amores de uma mãe e de um pai
Amores de amores e filhos
Amores de amigos

Amores até de desconhecidos, que por um instante qualquer se enlutam junto daqueles que ficaram por aqui.
Para juntos lembrarem, agradecerem, para prestarem a última homenagem.
Que última nada.
Serão eternas.

Amores de amigos que eternamente contarão histórias.
Amores de fotos de saudosas memórias.
Amores de tantos que dividiram glórias.

As saudades são a reverência maior da distância.
O caminho do encontro com a lembrança e a permanência eterna.
A forma de continuarmos sempre olhando nos olhos dos que ficam para mais um sorriso.
Para mais uma lágrima.
Porque lágrimas são a expressão mais pura dos bons sentimentos.
Dos carinhos e saudades que as lembranças nos trarão.

Porque enquanto houver um mar para se nadar,
Edmilson, de ti, haveremos de lembrar.
E lembrar sempre com orgulho o homem que foi.
No ventre e no seio da família, nas escolas e nas rodas de amigos.

Você agora encontrará com outros tantos amigos que já se foram.
Mas uma hora estaremos todos juntos.

E sabemos todos, desse lugar maravilhoso que agora você descansa, que você deseja imensamente que fiquemos por aqui ainda bastante tempo.
Um obrigado, de coração, por quase seis décadas de amizades e companheirismos.
Mais do que um grande atleta, você foi um grande HOMEM.

Vai, Edmilson, e descanse.
Igual o Sol, continue brilhando.
Em paz.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

TREINOS DENTRO DOS TREINOS ?



Final de temporada é época da leituras e releituras.
Avaliar o que deu certo e o que pode ser melhorado nas prescrições.
Aqui volume e intensidade são uma equação complicada.
Porque o atleta só evolui quando em suas planilhas são prescritos treinos dentro dos treinos.
Me explica isso direito, Silvão?

Boa semana, time SMAERun.
Vem pra cá você também.

domingo, 11 de dezembro de 2016

CALENDARIO DAS PRINCIPAIS PROVAS LONG DISTANCE 2017

Começamos HOJE a estabelecer todos os objetivos individuais de cada um de nossos triatletas e segue a programação abaixo das principais provas de endurance do país e Américas para 2017.
Embora próximos do final de ano e com festas programadas, é sempre bom termos um lastro de 2 ou 3 semanas nas programações para que possamos realinhar os ciclos de treinamento em virtude de eventualidades ( doenças, ausência por trabalho, climatologia, etc ).

Sejam todos benvindos e quaisquer informações sobre nosso trabalho ( planilhas individualizadas para triathlon, corrida, natação, ciclismo, wellness, fitness ou performance é só entrarem em contato através do email silvaotri@yahoo.com.br ou através de nossos canais nas redes sociais.
Será um prazer atendê-los com a devida importância merecida.



terça-feira, 30 de agosto de 2016

O apoio das mãos sobre o guidão no ciclismo indoor






Todos nós, professores de ciclismo indoor, seja ele especificado por qual nomenclatura quiserem dar ( Cycling, Bike indoor, Spinning®, etc ),  deveríamos tomar um cuidado todo especial com nossos alunos, PRINCIPALMENTE na observação de sua postura durante a execução dos movimentos realizados durante a aula, independente da forma como ela é conduzida.
Nossa formação privilegia acima de tudo a busca da informação constante para a proteção e longevidade do treinamento de todos e não apenas o bem-estar exagerado e sem objetivos concretos.

No tocante a pegada de guidão, deveriam ser observadas sempre e com cuidado excessivo as pessoas que insistem em realizarem hiperextensão ou hiperflexão de punho, evitando-se assim a sobrecarga desnecessária de força sobre as pequenas articulações interfalângicas e metacarpofalângicas e posteriores lesões por sobrecarga de esforço.

Nossas bicicletas oferecem em geral seis ajustes de altura de guidão para facilitar o apoio das mãos dos alunos sobre o mesmo e a sua relação direta com o conforto na pedalada e que devem ser motivos de atenção extrema da nossa parte, profissionais da modalidade.

Interessante, na medida do possível e para a prevenção de lesões tardias, que seja observada a pegada de APOIO no guidão com as pregas transversais e longitudinais da face palmar, evitando o uso das pregas digitais e cárpicas, favorecendo assim a neutralização dos desvios padronais de extensão ou flexão de punho. (a foto representa a forma errada de se apoiar sobre o guidão).


Cabe lembrar que essa pegada só será possível de ser entendida e aplicada se houver a conscientização do aluno que o ciclismo de academia é uma complementação e uma adaptação do ciclismo de rua, e embora a bicicleta esteja parada, as movimentações em cima dela devem obedecer a lógica do movimento natural de deslocamento da mesma, com o relaxamento de toda a região cervical e dorsal.

Mas isso é assunto para uma próxima oportunidade.
Agradecimento ao amigo e aluno Felipe Sanchez Cidral, que me deixou fotografar.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

RUNNING ( Ciclismo estacionário x Ciclismo Real )

A estratégia "RUNNING" no ciclismo estacionário, ou ciclismo de academia, ou indoor, é derivada do ciclismo de estrada, originada das escapadas em montanhas que os ciclistas realizam para fugirem do pelotão, ou para manterem uma cadência alta durante a escalada. Ciclistas de estrada tem características próprias dentro da equipe e os escaladores não são diferentes. Existem os escaladores que preferem cadência mais lentas e os que aceleram mais. Hoje o que determina a qualidade da escalada de um ciclista é a quantidade de watts produzidos durante o tempo de execução da mesma. As bicicletas estacionárias mais modernas possuem equipamentos em seu guidão capazes de medirem a produção de watts, a frequência cardíaca de realização do exercício, a cadência do movimento da pedalada e outros tantos segmentos. O importante é a adaptação e a forma como se utilizar o RUNNING em um treino indoor. Ao contrário do ciclismo profissional de estrada, normalmente alunos de academia não possuem uma condição física invejável que permita o professor exigir execuções da técnica por longos períodos. Por isso, ao utilizar a técnica de RUNNING em uma subida, certifique-se de proporcionar ao seu aluno segurança no movimento evitando que o mesmo fadigue precocemente seus músculos ao ponto de interromper o exercício. Promova pequenos estímulos de 20 ou 30 segundos intercalando com a continuidade da subida sentado no banco. Utilize músicas de rpm que se adequem á situação proposta ( aproximadamente 90 rpms, por exemplo ) e seja sempre prudente. Bons treinos !

quinta-feira, 7 de julho de 2016

SALDANHA DA GAMA - Minha segunda casa




Voltando um pouco no tempo, me lembro que inicialmente fui inscrito na natação no famoso "Aprende a Nadar" do Clube de Regatas Saldanha da Gama, clube que depois se tornaria a minha segunda casa, parte integrante da minha história e da de muitos amigos que construímos durante toda a infância e adolescência.
O Saldanha sempre foi muito rigoroso com o aprendizado e a evolução de seus alunos e atletas.
O "Aprende a Nadar", nos idos do início dos anos setenta, eram da responsabilidade de dois professores. A Suzana, que cuidava das meninas, e o Júnior ( José Luiz da Silva Júnior ), que cuidava dos garotos.

A Suzana era filha do Zequinha ( José do Carmo Neves ), um mito da natação santista, descobridor e formador de vários talentos daquela geração. Zequinha, já falecido, emprestou seu nome para inúmeros torneios Brasil afora, tamanha sua importância para a natação brasileira.
Eu tinha seis ou sete anos.

Lembro da minha primeira aula, JURO.
E a água da piscina era gelada.
O professor me perguntou se eu sabia nadar e pediu para eu nadar naquela "interminável" piscina de 16 metros, que carinhosamente depois chamaríamos de "piscininha", que ficava na parte mais próxima ao vizinho Vasco da Gama.

Foi a primeira bronca que eu tomei de milhares em minha carreira esportiva.
Eu nadava com a cabeça pra fora da água, e ele falava que eu tinha que enfiar a cabeça na água.
As aulas eram básicas
A gente ia e voltava de um lado pro outro da piscina e na hora de bater perna, cada um segurava na borda da piscina e ficava batendo perna e respirando enfiando a cabeça na água.

Depois do "Aprende a Nadar", tinha o "Aperfeiçoamento", com o Roberto Rotundo Guerra.
Para passar para o Aperfeiçoamento, que era na piscina de 25 metros que ilustra esse texto, éramos obrigados a nadar 50 metros em menos de 1min30segundos e depois de, no mínimo, seis meses na piscininha.

E a água era gelada.

Depois do "Aperfeiçoamento", tinham as "Equipes A e B". A Equipe B ficava à cargo do Ícaro de Barros e a A com o Zequinha.
Para passar do Aperfeiçoamento para as Equipes, éramos obrigados a os quatro estilos.
E o Clube fazia um torneio somente para isso. Todos ganhávamos medalhas e comigo não foi diferente. E eu guardo minha primeira medalha até hoje.
Fiquei alguns meses no Aperfeiçoamento. 

Algum tempo com o Guerra e depois novamente com o Júnior.
Zequinha havia saído do Saldanha, convidado pelo Santa Cecília. 
Tudo mudou. Ícaro foi pra A, o Guerra pra B, o Junior subiu pro Aperfeiçoamento.

Logo eu comecei a fazer parte da equipe de competições do Saldanha, com menos de nove anos de idade. E fui aprender a nadar os quatro estilos com o Guerra, meu amigo de toda uma vida, que me ensinou mais do que nadar. Acho que todo treinador de um atleta se torna uma espécie de segundo pai, confidente, a pessoa o qual depositamos todos os nossos sonhos e anseios. O Guerra sempre foi querido por todos, sem exceção, penso eu.
Comigo não foi diferente.


Mamãe, dona Lourdes, levava todos os santos dias eu e minha irmã para a natação às 5 da manhã, no máximo 5h30.
A maninha logo desistiu.
Cinco dias por semana, durante o ano inteiro, SEM FÉRIAS.

A piscina, do falecido Saldanha da Gama, NÃO tinha aquecedores. Não tinha dosadores de cloro. 
Era na raça.
Mamãe ficava ali sentada na arquibancada com tantas outras mães. Lembro muito dela com a mãe do Célio e do Celso Hata. E com a dona Geni, mãe do Fábio e da Débora Sesti. Ficavam tricotando, literalmente, e conversando aguardando nós terminarmos de ir e vir naquela piscina, sem hora pra acabar.
E era gelada.

O zelador do clube, carinhosamente apelidado de "Baianinho", media o PH da água, buscava um galão gigantesco e despencava cloro na piscina até Deus dizer chega.
E era gelada.
Às seis da manhã, no inverno e no verão, era gelada. E tinha treino.
Às quatro da tarde, no inverno e no verão, era gelada. E tinha treino.
E tinha treino aos sábados.


E nossos treinadores, como aquecimento, faziam a equipe inteira correr do clube até o Canal 6, às vezes até o 5 ou o 4, e ia de moto pela avenida controlando quem "roubava" na distância.
Na água, normalmente, só pra aquecer a metragem já chegava em mil metros.
E quem nadasse provas de velocidade tinha um treino.
E quem nadasse provas de fundo tinha o MESMO treino.
E era gelada.
E enquanto a gente fazia o item H do treino do Guerra, com vários sub itens colocados entre colchetes e parênteses ( que normalmente dava entre 2 e 3 mil só esse item ), ele ficava preenchendo manualmente as fichas de inscrição individual de alguma competição que estava por vir, lá na casinha ao lado da piscina.
E quem roubasse, ele sabia. Não era possível, mas ele sabia. Acho que foi ele quem inventou as câmeras de segurança, já naquela época.
Era impossível que ele soubesse que a gente roubava 200 metros em uma série de 3 mil, mas ele sabia.
Hoje somos muito amigos. Mas todos odiavam ele naquela época. (brincadeirinha... o Guerra foi um dos grandes treinadores do Saldanha ..depois vou acrescentar aqui sobre todos ).


E as pranchinhas que a galera usava para bater perna eram de madeira, muito diferentes dessas de EVA levinhas que existem hoje. Eram enormes e pesadas, e ficavam todas fincadas em um cano na altura certa para cada um pegar a sua.
É, tinha um buraquinho no alto da PRANCHINHA pra guardar ela.

Naquela época, treinador não pegava material para atleta.
Todos os SANTOS DIAS, ouvíamos a mesmíssima frase deles:
- Peguem todo o material ( palmares, boias, pranchinhas ).
No clube só existia a pranchinha.
Boia e palmares, cada um tinha o seu.
E não existiam fábricas de material esportivo como hoje.

As boinhas eram dois cilindros de isopor, unidas por um garrote igual aqueles de amarrar o braço pra levar injeção. E aquilo assava a perna.
E a água era gelada. Ardia as assaduras.
Os palmares ? A gente ia nas oficinas de bairro que trabalhavam com acrílico e pedíamos pedaços que iam pro lixo. Levávamos pra casa, cortávamos o retângulo do tamanho da mão, fazíamos quatro furos com faca quente pra passar o mesmo garrote das boinhas e fixávamos com nós.
E éramos TODOS muito mais felizes do que hoje.
E a água era gelada, muito gelada.

E a gente fazia 60x100 pra nadar e descansar em 1'30 com 5 minutos de descanso a cada 20 tiros.
E tinha 40x25 com corrida ( e todo mundo queria nadar na raia 1 ou 8 ). E não podia subir pela escadinha.
E a água era gelada.
E a gente depois de crescer um pouco ia de ônibus pro clube. E o ônibus parava longe. E a gente pegava carona pra economizar o dinheiro do busão pra comer lanche na escola.
Cheguei até a pegar carona uma vez com o Pelé, o rei do futebol. JURO. Todo mundo sabe dessa história. Ganhei uma medalha dele, dos mil gols. Só foram feitas mil. Alguém me roubou essa medalha em casa. E eu sei quem foi. Mas até hoje não cobrei, achei melhor deixar pra lá.

Depois, com menos de doze anos, passei para a Equipe A


Aquilo me assustava muito. Todo mundo nadava demais no Saldanha.
Poucos talvez me conheçam, porque eu fiz parte justamente de uma geração intermediária entre a de grandes nomes como Célio Hata, Luiz Aragão dos Santos ( já falecido ), Ricardo Peres, Sidney de Freitas Rodrigues, Ricardo Polito, Miguel Naveira, Marcos Fuschini, Milton Guerra, Sonia e Simone Lima, Cláudia Viviani, as irmãs Lorenz e tantos outros e uma outra geração que veio depois com nomes expressivos como José Ricardo Pereira Dutra, Fernando Cesar Pedrinho, Luiz Eduardo Junqueira, Faissal Murad, Carlos e Eduardo Moreira Peres e suas irmãs Roberta e Cláudia, Claudinho e Marcelo Mauriz, Fernando Coelho e seu irmão Cleber,  e tantos outros igualmente.
Nadei com muita gente naquela piscina.
Muitos treinadores.
Ícaro saiu, convidado pelo Pinheiros. Subiu a serra. 
Veio o Tarcílio Padovani, veio o Carlos Fuschini, o Neno, o grande Moacyr Rebello dos Santos E a galera da equipe A chegava cedo no clube, pra jogar basquete antes do treino. E nosso time de basquete da natação era melhor que o time de basquete do clube. O treinador do Saldanha na época, Pinheiro Neto ( Zé Maria ), já falecido, convidava insistentemente a todos nós para jogarmos basquete. E a gente não aceitava.
Porque éramos todos da Natação.
E a água era gelada.


E existia Campeonato Santista de Natação, acreditem.
Participavam o Saldanha, o Vasco, O Regatas Santista ( todos mortos ), o Internacional, o Santa Cecilia, o Tumiarú, o Atlético Santista ( morto também ).
E existiam quatro ou cinco Torneios Preparação Regionais durante o ano.
E a competição era intensa.
E a água era SEMPRE gelada.

A primeira vez que fiz abaixo de 1 minuto no 100livre na minha vida foi com 14 anos. Na água gelada. Até os meus 18 anos ainda baixei mais 6 segundos do minuto. Hoje não pegaria nem final D em um campeonato com 54 segundos. Na minha época eu seria o melhor se não fossem todos os outros.
Paulo fazia 51, Dutra 52. Eu, 54.
Tudo na água gelada.

E depois das competições, ficávamos todos no clube. Normalmente as competições aconteciam nos clubes da Ponta da Praia. Quando era no Inter ou no Vasco, jogávamos "contra".
E todo mundo saía arrebentado do futebol.
Todos ralados.
E na segunda já estávamos lá , na piscina gelada, para mais uma semana de treinos.
Na água gelada.





E tinham os amistosos contra outros clubes em outras cidades.
E tinham as viagens para Panorama, divisa com o Mato Grosso, de trem, onde competíamos no Rio Paraná, com piranhas.
E tinham os campeonatos Paulista e Brasileiro, onde a galera caloura levava pasta dos veteranos.
E tinham os bailes de carnaval onde todos nos reuníamos na casa do Miguel Naveira para pular a noite inteira.
 
Hoje a grande maioria está por aqui. Somos todos amigos virtuais.
Naquela época éramos todos amigos reais.
Havia muita rivalidade entre os clubes. Mas éramos todos amigos.
Porque existiam também os Jogos Regionais.
Os Jogos Abertos.
As cidades não contratavam atletas. Éramos nós mesmos a defender as cores da nossa cidade.
Aquele casaco pesado azul com uma listra vermelha e outra branca e o nome SANTOS estampado nas costas.
Aquilo era a maior premiação de um atleta naqueles tempos.
Todos queriam competir Regionais e Abertos.
Eram em outras cidades, em outras piscinas.
Todas geladas.

Já próximo dos meus 20 anos, o Saldanha já não era mais o mesmo. Eu era praticamente o último da minha geração, porque todos que ainda nadavam ali tinham quatro ou cinco anos menos do que eu. Num fatídico desentendimento entre o clube e o treinador do Saldanha na época, todo mundo resolveu ir para o Santa Cecília.
Naquela época a água já era ( mais ou menos ) aquecida.

Ficamos no Saldanha eu ( que já treinava muito pouco ), o Dutra e a Renata Agondi. Depois não ficou ninguém.
Dutra e Renata eram namorados.
Perdemos a Renata para o mar que ela tanto amava.
E essa história todo mundo que nadou em Santos conhece, infelizmente.

Existem ainda outras muitas histórias que poderiam ser contadas por aqui. De nossos tantos carnavais que dormíamos na casa do Sr. Dutra, pai do Zé Ricardo, bem atrás do clube. Das sorvetadas, das viagens de amistosos em outras cidades, de todas as amizades.
Mas eu quis ser breve apenas para tentar fazer meus amigos daquele tempo voltarem um pouquinho ao passado e se sentirem vivos dentro desse relato.
Será que consegui ?

A foto que ilustra o "post" é da piscina do extinto Clube de Regatas Saldanha da Gama. Já não existe mais.
A modernidade não permite saudosismos exagerados.

Obrigado, Saldanha.



(continua logo mais quando a inspiração e a memória permitirem).

domingo, 3 de julho de 2016

ROBERTO RIVELINO - Cartão Vermelho para o senhor !


Roberto Rivelino, em sua versão "comentarista", é lastimável.
Uma vergonha.
Invariavelmente, quando munido de um microfone e com a boca aberta, exagera da capacidade que tem de "achar" as coisas.
Evidentemente, é referência entre os boleiros, quase todos, igualmente eles, incapazes de RECONHECEREM que existem universidades que TAMBÉM formam.
Eu costumo sempre afirmar que "as universidades formam, os Conselhos habilitam e a vida CAPACITA".
A vida, com Roberto Rivelino em sua versão "analista esportivo", tem sido ingrata.
Dono de um pensamento arcaico, retrógrado, ultrapassado, se alimenta da "moral" que tem por ter sido em seu tempo um jogador, ainda que acima da média, apenas mediano.
Nos dias de hoje, se fôssemos comparar, uma espécie de Robinho, um protagonista oportunista.
Deveria escolher estudar, ir conhecer um pouco do que a ciência do esporte tem feito pelo futebol.
Deveria esquecer o nome que tem, munir-se de um tanto de humildade e buscar um tanto mais de informações que não apenas as empíricas do seu tempo para comentar em programas esportivos.
Fez dupla com o não menos ignorante Narciso em um lamentável caso de infelicidade de pensamento na televisão, quando afirmaram que os profissionais da Educação Física atrapalham a evolução do futebol nas categorias de base.
Não obstante, essa categoria, a dos EX-JOGADORES de futebol, tentam ascender à categoria de profissionais da Educação Física buscando, através do ex-jogador e senador Romário, enfiar goela abaixo da sociedade via Senado Federal um Projeto de Lei que permita aos ex-jogadores atuarem como treinadores sem passarem pelos bancos universitários, como outros tantos que tentam trabalhar com a saúde o fazem, através das resoluções normativas do Conselho Federal de Educação Física.
Fazem parte dos típicos casos daqueles que vão perdendo audiência pelos absurdos que falam.


RESOLUÇÃO CONFEF nº 045/2002
Dispõe sobre o registro de não-graduados em Educação Física no Sistema CONFEF/CREFs.
O PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, usando de suas atribuições legais e;
CONSIDERANDO, o que preceitua o inciso XXXVI, do art. 5º da Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de Outubro de 1988;

CONSIDERANDO, os termos do inciso III, do art. 2º, da Lei nº 9696/98, 1º de Setembro de 1998;
CONSIDERANDO, a atual conjuntura, as experiências e as vivências dos Conselhos Regionais de Educação Física;
CONSIDERANDO, o que decidiu o Plenário do Conselho Federal de Educação Física, de 01 de Fevereiro de 2002;
RESOLVE:
Art.1º - O requerimento de inscrição dos não graduados em curso superior de Educação Física, perante os Conselhos Regionais de Educação Física - CREFs, em categoria PROVISIONADO, far-se-á mediante o cumprimento integral e observância dos requisitos solicitados.
Art. 2º - Deverá o requerente apresentar comprovação oficial da atividade exercida, até a data do início da vigência da Lei nº 9696/98, ocorrida com a publicação no Diário Oficial da União (DOU), em 02 de Setembro de 1998, por prazo não inferior a 03 (três) anos, sendo que, a comprovação do exercício, se fará por:
I - carteira de trabalho, devidamente assinada; ou,
II - contrato de trabalho, devidamente registrado em cartório; ou,
III - documento público oficial do exercício profissional; ou,
IV - outros que venham a ser estabelecidos pelo CONFEF.

Art. 3º - Deverá, também, o requerente, obrigatoriamente, indicar uma atividade principal, própria de Profissional de Educação Física, com a identificação explícita da modalidade e especificidade. 

... segue .. !!

sábado, 2 de julho de 2016

CATARINA GANZELI no SporTV

Teremos uma santista entre o time de comentaristas exclusivos do SporTV nas Olimpíadas.
A nadadora especializada em águas abertas, que defende a Universidade Santa Cecília comentará os 5 e 10 kms onde teremos Alan do Carmo, Polyana Okimoto e Ana Marcela defendendo as cores brasileiras.
Essa menina sabe muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito de natação !!
Parabéns, amiga !!
Vou ficar ligado .... !


A MORTE DE FERNANDA GUTILLA

Andam brincando demais com essa tal de "reposição hormonal", onde o principal componente não é, DE FATO, a SAÚDE do paciente.
Muito cuidado, meus amigos.
Muito cuidado.
Nenhum resultado e mídia podem justificar esse tipo de coisa.


Reposição DE FATO para tratamento de possíveis déficits hormonais com acompanhamento médico não há o que se contestar.
Mas utilizar desse argumento para AUMENTAR PERFORMANCE de atletas de quaisquer modalidades esportivas é CRIME !



foto retirada de sua página pessoal no Facebook 

PUBLICAÇÃO DO "FAMOSOS" DO SITE GLOBO.COM

Os fãs da musa fitness Fernanda Guttila, de 31 anos, foram pegos de surpresa com a notícia de sua morte, notíciada pela equipe e pela irmã da atleta nesta sexta-feira, 01, nas redes sociais.
Fernanda foi campeã brasileira e mundial de fisiculturismo, estava internada há 20 dias  em São Paulo com um quadro de tromboembolismo pulmonar que evoluiu para uma pneumonia. Nesta madrugada, ela teve uma parada cardíaca e morreu no hospital Monemagno. O corpo da atleta será enterrado ainda nesta sexta-feira, 01, no cemitério Quarta Parada, em São Paulo. As informações foram divulgadas pelo namorado de Fernanda, o fisiculturista Vinícius Piffardini.
"Nunca imaginei que um dia daria uma notícia dessas. A vida realmente é uma caixinha de surpresas. Nesta madrugada minha namorada e companheira @fernanda_gutilla veio a nos deixar. Ela não merecia isso. Espero que Deus nos ajude a superar essa tremenda perda e confortar nossos corações", escreveu o atleta.

Suplementos podem causar de tromboembolismo
Fernanda foi internada com tromboembolismo pulmonar, um quadro grave que ocorre quando um coágulo localizado em uma das veias das pernas ou da pelve se solta, viaja pelo organismo e se aloja em uma das artérias do pulmão, impedindo o fluxo de sangue.
Uma das causas da doença é o uso de suplementos de estrogênio, que são encontrados em pílulas anticoncepcionais e na terapia de reposição de hormônios.

Musa reclamou de problemas de saúde
No começo de junho, Fernanda já havia se queixado de problemas de saúde nas redes sociais. Ela chegou a dizer que iria competir mesmo se não estivesse bem. 
"Sei que vocês gostam de acompanhar a evolucao dos atletas e sua rotina, por isso direi aqui a minha situação. Estou muito triste, tive pneumonia e ainda estou sofrendo as consequências, muita tosse, falta de ar, dor de cabeça. Estou há vários dias sem treinar, indo direto ao hospital, tentando manter o máximo possível da dieta e descansar. Vou competir em julho, estando bem ou não. Não sei até onde meu físico será prejudicado pela falta de treino, provavelmente estou em processo catabólico além de não ter quase nenhum gasto calórico dificultando meu "cutting". Que fase! Justo no meu PRO Début. Mas enfim, tenho que cuidar da minha saúde agora, que isso é o mais importante. Rezem por mim, para desaparecer essa zica", escreveu na época.

Há uma semana, Fernanda postou uma foto e no hospital e sua irmã, Flávia, pediu orações pois o estado de saúde da musa era delicado. "Vim pedir pra que rezem muito por ela. Ela precisa de toda energia positiva nesse momento. Não posso falar sobre o quadro. Mas por favor, rezem, peçam a Deus ou para quem vocês acreditam", escreveu.
Já nesta quarta, ela deu a notícia da morte da irmã e fez uma homenagem.  "Hoje o dia amanheceu muito triste. A ficha ainda não caiu e eu não estou sabendo lidar. Hoje Deus quis que ela terminasse sua missão na terra. Sua passagem foi rápida demais, mas foi brilhante. Você foi guerreira. Você lutou. Você conseguiu chegar onde queria enquanto esteve aqui. Todos sabem o quanto parecíamos gato e rato. Mas a verdade é que a gente sempre se amou e sempre quis o bem uma da outra. E que a gnt esteve sempre juntas quando precisou. Uma segura a bronca da outra, sempre. E agora eu to aqui, segurando essa bronca sozinha porque você me deixou. Mas eu não desisto não, eu vou cuidar do papai e da mamãe! Enquanto isso, você receba muita luz onde você estive e continue seu caminho aí do outro lado! Você vai sempre ser a minha mais velha. Aquela que me defendia no colégio. Aquela que me zuava até eu perder as estribeiras. Força daí que a gente cria força daqui. Fica com Deus", escreveu.

jornalista Laís Gomes

sexta-feira, 1 de julho de 2016

EDUCATIVOS DE NATAÇÃO


Um vídeo de técnicas simples do nado crawl que podem fazer com que você evolua sua interação com o meio aquático, entendendo que quanto mais solto estiver o corpo sobre a água mais fácil será o seu deslocamento.


Técnica : nadar 25 metros relaxadamente, retornar 25 metros realizando pegada dupla, nadar 25 metros apenas com o braço esquerdo, retornar 25 metros com o braço direito (100 metros) + 100 metros perna crawl.
Realizar 2000 metros nessa técnica !!

Perceba que as técnicas de evolução da fase aquática do nado para a fase aérea ( recuperação da braçada ) dependem da rotação independente dos ombros e sem os auxílios isométricos dos braços.
É necessário que os braços estejam soltos e que os mesmos rotacionem sobre os ombros evitando que ocorram deslizes ou arrastos dos braços sobre a água, tornando o nado desequilibrado e ineficiente. 

No vídeo realizei as técnicas com a utilização de palmares que favorecem a estabilidade do tronco durante o nado, mas as mesmas podem ser realizadas sem o uso desse equipamento.
Para nadadores iniciantes e com necessidades de aperfeiçoamento das técnicas de nado sugiro realizarem distâncias menores e utilizando os palmares.

Bons treinos.



SENNA GIGANTE E ETERNO !!

" DEPENDE "

Texto do coach Júnior Cordella, do Rio de Janeiro, muito apropriado.
Ou o atleta confia no treinador ou nunca chegará aos resultados que deseja.
Comparar planilha é coisa de quem precisa evoluir primeiro no aspecto comportamental para depois buscar resultados no esporte.
Parabéns pelo texto, irmão!!

Aqui o espaço é dos amigos !!

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Em treinamento, nós temos os conceitos, a prática, o feedback e o atleta (e nem estou falando do planejado e do realizado).
Este último citado - ATLETA - é o principal nessa engrenagem que precisa funcionar harmoniosamente.


Você pode ter o melhor planejamento, entender bastante sobre conceitos e aplicabilidade, mas você precisa entender como o atleta evolui, quais suas fraquezas e seus pontos fortes. Entender isto, através de um contato continuo, observação, análise de dados dos treinos e a própria percepção do mesmo, em relação ao planejado, significa que as chances de sucesso serão maiores. 


" Fulano fez 2 treinos de 180km pro IRONMAN, eu só fiz um ". 
" Ciclano chegou a 34km de corrida e fez 5 longos acima de 30k, eu só fiz um de 30km ".
Para cada caso, uma necessidade diferente. 

Atletas possuem diferentes níveis, tempo de treinamento, BAGAGEM.
Independentemente de 5 longos acima de 30 ou 1 somente, o que conta, além da individualidade biológica, é a BAGAGEM do atleta. E de nada adianta realizar 5 longos , se não tivermos QUALIDADE.


Quando temos feedbacks positivos, análises positivas de evolução de uma atleta iniciante, por exemplo, podemos seguir em frente no planejamento, reajustando cargas pré definidas, pois constatamos que o planejado está saindo melhor que o esperado. 


E o mesmo acontece, quando o realizado não vem ocorrendo conforme planejado. É necessário ajustar o planejamento de forma individualizada.
Portanto, DEPENDE. 

Planejamento não é receita de bolo e, por esta razão, planejamento de internet, daqueles que vc encontra em alguns lugares, pode até te dar uma ideia de como funciona, em linhas gerais. 
Mas a individualização, essa sim, é necessário que um profissional especializado acompanhe sua evolução e ajuste semanalmente o que não estiver dando certo.
 

( Junior Cordella ).

O professor Junior Cordella ( o da direita na foto ) é carioca, dono da Cordella Team, formado pela Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro e é Técnico nível II da Confederação Brasileira de Triathlon, Coach nível 1 pela International Triathlon Union e Ironman Certified Coach, além de amigo do blogueiro.

E um "viva" para o tal jeitinho brasileiro !!




Não é a toa que eu sou fã de Lauter Nogueira. Por falar as verdades, doa a quem doer.
Um dia, la atrás, me acusaram de falastrão quando eu afirmei que a defesa do Cielo era uma farsa.
Hoje eu vejo que não estava sozinho e errado.


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Alto lá! 
Estratégia de defesa? 
Como assim? 
Agora a vergonha que acontece no Congresso e no Senado migra para o esporte? 
E às vésperas dos Jogos do Rio? 
Não existe isso de estratégia de defesa: quando um atleta é flagrado no doping, a confederação de seu esporte deve trabalhar para que o julgamento seja limpo e a punição exemplar. 
Punto, Basta!!! 
Chega de advogados que buscam brechas, que empurram o limiar do que é lícito. Chega do "pra salvar a pátria", isso é nojento demais para ser degustado antes do almoço! 
Grandes barbaridades e crimes são tramados e cometidos em nome de nossa pobre "patriazinha", como diria Vinícius. 
A bandeira Olímpica deve pairar acima das cifras e bandeiras dos cartões de crédito e de contas escusas em purgatórios fiscais. 
Periga, se o COI for realmente sério, da natação brasileira ficar de fora dos Jogos em casa, por conta de "preparação de defesa". 
E isso serve também para o atletismo, e todo esporte que se valha da velha conduta de nossos velhacos políticos: preparar a defesa do que é indefensável!

( Lauter Nogueira )

quinta-feira, 30 de junho de 2016

IRONMAN BRASIL 2016 - FLORIANÓPOLIS

Algumas imagens obtidas das câmeras da Ana Paula, da Neuza e no final do dia, do meu celular dos atletas Marco Cyrino e César Aarão.





César Aarão na saída da etapa de natação



 Marco Cyrino completando a primeira metade da etapa de ciclismo


César Aarão iniciando a etapa de ciclismo

 Marcão Cyrino saindo para a etapa de corrida


 Chegada de César Aarão ( 15h30'12 )


Eu, Ana Paula, Neuza e o irmão do Marcão fazendo bagunça pra esquecer o frio.


 César recebendo a medalha do campeão e recordista da prova (7h46'36), Brent McMahon


 Marcão partindo para a última volta da corrida    ( ahh, se não fossem as bolhas ).


 César e sua tão sonhada medalha de FINISHER.

... segue com novas fotos logo mais ... !!























 

terça-feira, 28 de junho de 2016

Calendário de provas - Triathlon - 2º semestre

Abaixo o calendário "provisório" para o segundo semestre.
Incluídos apenas as provas de triathlon.

Estamos aguardando a confirmação do Long Distance Pirassununga, que provavelmente acontecerá na primeira ou segunda semana de dezembro.

 

Tentando ... e tentando ... e tentando !!!

Dessa vez eu vou fazer diferente.
Não vou fazer barulho nas redes sociais, não vou ficar me cobrando exageradamente e não vou ficar alimentando a diversão de quem me odeia e torce pelos meus insucessos.
Vou postar aqui no meu blog, sem nenhum tipo de esperança de me tornar um "popstar" virtual do mundo fitness e muito menos uma celebridade entre os magros.
É a "centolhésima" vez que eu resolvo voltar a treinar, voltar a comer corretamente e levar uma vida um pouco mais saudável.
Fácil não será, tenho certeza absoluta disso!


A cada ano que passa as coisas vão ficando mais difíceis, o metabolismo mais lento e vamos adquirindo hábitos nada saudáveis de comodismo e bem estar social que dificultam as coisas.
Poucos sabem ( graças à Deus ) dos conflitos que eu tento resolver diariamente com a minha pessoa.
Poucos sabem o quanto eu tenho sofrido nos últimos dez anos da minha vida para superar alguns traumas que eu cada vez mais vou me convencendo que provavelmente ficarão para outras vidas para serem resolvidos.
Poucos sabem a quantidade de drogas (lícitas) que eu precisei consumir entre 2008 e 2013 para sobreviver e superar (ou ao menos tentar) tudo isso.
Poucos sabem, poucos tentam saber e poucos se interessam.
Mas muitos vibram, e todos nós sabemos o quanto, a cada fracasso nosso.
Eu to mais é me fodendo em desprezo pra essa gente que queria ser um "pouquinho" eu.
Não serão nunca.
Foda-se.
Não vim aqui pra falar dessa racinha.
Vamos lá !!
DAY ONE, porque o sol voltou pra minha terrinha e esquentou um pouco a vida de todos nós.
Dessa vez eu resolvi que não vou ficar mais usando tabelas e cálculos mirabolantes para me programar diariamente para fazer as coisas.
Serão os mecanismos de sempre.
Meu celular com GPS para calcular minhas rotas por enquanto, e sem necessidade alguma (embora eu pudesse desde já utilizar) de usar o meu TIMEX Globaltrainer para calcular as calorias das minhas atividades.
Mas não vou ficar saindo na rua com um monte de tranqueiras e nem estou com muita vontade de ficar colocando aquela cinta de peito pra ficar observando a minha Frequência Cardíaca de início.
A atividade física que estou reiniciando minhas rotinas não exigirá maiores esforços, porque é e será por enquanto apenas as minhas caminhadas em ritmo acelerado por períodos entre uma e duas horas diariamente.
Hoje foram apenas 64 minutos, porque faz dois meses que eu não fazia absolutamente nada, inclusive caminhadas.




Dentro de uma semana pretendo voltar a fazer spinning aqui em casa.
Tudo vai ficar mais fácil.
Por enquanto é isso.
Caminhada de 64 minutos, 700 e poucas calorias segundo uma tabelinha tosca da internet e frango grelhado e ovos no almoço.


Sem refrigerantes.
Sem doces.
Sem salgados.
Vamos ver até onde eu irei aguentar tudo isso !!
Valeu ..
Até amanhã !!


domingo, 26 de junho de 2016

TRIATHLON DOS BONS TEMPOS

 
Treinava com meu amigo velho de guerra Fernando Esteves e as nossas apostas era pra ver quem chegava mais perto de 1h nas provas de Short Triathlon. Com 1h03, 1h05 raramente a gente pegava pódio.
Me lembro de ter feito 1h01 no Rio na Copa Estácio de Sá e ter sido 5° na categoria, com 34 anos.
CB fez 59min e a gozação foi geral.
A gente ia pra Caiobá e pra fazer pódio lá tinha que fazer abaixo de 1h05. Fiz um segundo lá com 1h02.

 
 


 


Aqui no TB peguei pódio 5 ou 6 vezes, no máximo.
E competi mais de cem vezes no Troféu Brasil.
Na minha faixa etária eram sempre Ricardo Santos, Carlos Ferraro (Nenê), Edmundo Caetano
Não era fácil não.
Lembro que meu último pódio no TB foi em 2005, na USP, treinando pro Ironman, com 40 anos. GANHEI na USP com 1h06. Delfim Quintas estava lá e viu meus olhos com fome de vitória.
O apetite era sempre por correr o mais rápido possível.
O Triathlon nos velhos tempos era casca-grossa.
E nós trabalhávamos igualzinho todo mundo faz hoje.
E não tínhamos nem perto dos equipamentos que temos hoje acessíveis.
Não sei não, mas acho que a old school tinha mais "sanguinuzóio".
Era só no Gatorade e sachê de "Exceed".
Quem lembra ae desses tempos?
Eu precisava dar esse depoimento.
Muita gente debocha das pessoas sem conhecerem suas histórias, e PRINCIPALMENTE sem fazerem sequer perto do que já foi feito.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

CESAR AARÃO - You are a Ironman

INTRO

Já havia dito algumas dezenas de vezes que "nunca mais" treinaria atletas amadores.
Por uma série de motivos, achei melhor me dedicar aos outros caminhos que a Educação Física poderia me oferecer, mas atleta nunca mais.
A convivência é, invariavelmente, difícil.
Não cumprem o mínimo aceitável para darem os resultados que objetivam obter.

De todos os profissionais que procuram em suas preparações, o treinador é sempre o que mais se sacrifica, o que menos ganha e o que mais recebe críticas.
Dificilmente vemos atletas criticando seus nutricionistas, seus médicos, seus massagistas.
Tenho a impressão de que o treinador nasceu para ser uma espécie de saco de pancadas de atletas, a sua válvula de escape.
E como eu me conheço absolutamente bem e sei que sou reativo, abdiquei de atender essa clientela.
Jamais deixei de ser amigo de alguém.
Se existe algo que eu sei muito bem é diferenciar o meu trabalho profissional de minhas atividades recreacionais.
Até porque, cada um sabe as dores de suas escolhas.
E eu sei que atleta também, quando leva à sério as coisas, sofre.




Então, um determinado dia, para não deixar a palavra "nunca" ser mais forte do que as minhas vontades, decidi que se resolvesse voltar a trabalhar com atletas, que seria apenas com amigos.


.
MARCO CYRINO



Marcão é um cara conhecido no triathlon de Santos.
Eu nem tinha amizade com o cara, só o conhecia de vista e através de uma tal rede social famosa entre os seres humanos.
Um certo dia o encontrei terminando um treino de corrida no Emissário Submarino. Trocamos uma meia hora de assuntos ( triathlon, evidentemente ) e ali nascia uma verdadeira amizade.
O tempo foi passando, a amizade se estreitando e um dia eu tive a feliz ideia de realizar um Meio Ironman em Santos de forma rústica, sem finalidade competitiva, apenas para possibilitar aos triatletas da baixada treinarem com alguma condição de segurança para os desafios que viriam pela frente.
Esse evento aconteceu no final de 2014 e o Marcão foi fundamental para que tudo desse certo.

Entre nossas conversas sempre ele aventava a possibilidade de experimentar realizar um ciclo de treinamentos comigo e no segundo semestre de 2015, enfim, começamos a traçar planos e metas para o Ironman Brasil de 2016.
Mas o Marco Cyrino é assunto para uma outra postagem no blog, porque esse cara se tornou mais do que um grande amigo.
Se tornou um irmão, um confidente, um parceiro daqueles que a gente reza sempre para estar por perto.
Depois eu volto pra falar dele.




CESAR AARÃO

Um determinado dia o Marcão me liga ( olha eu aqui falando dele novamente ) me alertando de que um rapaz que ele havia conversado na piscina da Krato, onde ele fazia seu treino de natação, iria me ligar.
Me disse que conversaram rapidamente e o rapaz havia perguntado se ele conhecia alguém que pudesse lhe ajudar a realizar "um sonho".
Dois dias depois, evidentemente com a indicação do Marcão, o tal rapaz me ligou.
Marcamos uma conversa rápida aqui nos banquinhos da praia, em frente de casa, no Quebra Mar.

Esse era o tal do Cesar Aarão.
O cara me apareceu dirigindo uma Honda Biz, estacionou ali mesmo e a conversa fluiu.

" Eu sou o Cesar, tenho 40 anos, tenho um sonho a realizar e gostaria que você me ajudasse. Estou inscrito para o Ironman de Florianópolis, nunca fiz triathlon e estou inscrito para a minha primeira prova daqui há quinze dias. Vou fazer o Sprint Triathlon Santa Cecilia, no Guarujá. Meus treinos atualmente incluem natação livre na Krato, treino de corrida com minha namorada na praia ( concluímos recentemente uma prova de 15 kms e de vez em quando eu faço uma aula de spinning na academia ".

Eu, de imediato, calei. Pensei comigo imediatamente: " F.............. ". Marcão não podia ter feito isso comigo. Afinal de contas, eu só treino amigos e o cara nem amigo era. Mas o Marcão me garantiu que o cara era do bem ( ou ao menos parecia ). E eu acreditei.

Era outubro. Pouco mais de sete meses entre o cara me contratar e o dia 29 de maio, data do Ironman Brasil. Achei aquilo uma loucura, com pouquíssimas chances de dar certo, mas de imediato TOPEI. Por dois motivos:

1. Eu adoro esses desafios que poucos tem coragem de encarar e aceitar com medo da possibilidade de verem seus nomes manchados se algo de errado acontecer. E as chances de algo acontecer nesse caso eram enormes. Gigantescas.
2. Jim Ward, Ironman Finisher no Campeonato Mundial do Hawaii, uma certa noite sofrendo a poucas milhas da Finish Line, quando questionado se gostaria de abandonar a prova, disse ao fiscal: "if you take off the man his dreams he will be dead", ou seja. Tire os sonhos de um homem e ele será um homem morto.

Sai daquele primeiro encontro e entre a praia e o meu prédio ( cerca de 100 metros ) eu me obriguei a estabelecer de imediato como seria a preparação do cara em provas. Pensei:

- Esse cara vai fazer o short do Santa Cecilia. Deixo ele fazer mais um, depois coloco ele pra fazer o Internacional, o meio de Pirassununga e o Iron. Nesse meio tempo, os ciclos de treinamento.

Naquele dia eu percebi que não são só atletas que choram. Postulantes à atleta também. O cara já chegou pedindo desconto no trabalho. ( rsrs ).
Ele foi embora mas logo depois me ligou. Havia esquecido que precisava comprar uma bicicleta e precisava de uma indicação ou que eu fosse com ele para comprar algo modesto mas para que pudesse iniciar os treinos e provas.
Liguei para o Robson Paterlini, que o atendeu e ele , para começar, comprou uma Vicini Road.

Se não me engano, seu primeiro triathlon lá no Guarujá ele fez de tênis e pedal finca-pé. 
( preciso confirmar com ele ). Logo depois ele comprou uma sapatilha, pedais, tomou vários tombos na garagem e, contrariando o que eu imaginava, já estava inscrito para o próximo Santa Cecilia Triathlon.
No prazo de dois meses de treino, partindo do ZERO, duas provas de short triathlon.
Na primeira, com duas semanas de treino ( absolutamente nada ) o rapaz fez 1h38min.
Na segunda, com cinco semanas, 1h24min.

Se inscreveu para uma prova do Troféu Brasil. Me pediu para competir na distância olímpica e eu deixei. 3h18min.

Aliás, um adendo. Tenho a impressão que, praticamente oito meses após o cara iniciar no triathlon e ter ido em busca de seu sonho, o sortudo só teve o pneu furado em um treino. E tenho a impressão também que até hoje ele não aprendeu a trocar uma câmara furada. Qualquer hora eu ensino pra ele.



Enfim.
As coisas foram acontecendo. Tínhamos duas programações distintas.
Onze semanas de treinamento até o final do ano com duas provas de Short Triathlon e um Olímpico e depois uma semana de descanso ( Natal e Ano Novo ).
Mais vinte e uma semanas de treinamento até o Ironman, com o Triathlon Internacional de Santos e o Long Distance de Pirassununga como provas preparatórias no meio do ciclo maior.

No final de 2015 ele já estava com o equipamento completo para o Ironman. Comprou uma Merida de carbono que era do ex-triatleta profissional Fred Monteiro e logo depois o par de rodas de carbono. Agora era preciso treinar e focar no Iron.

Logo no início conversamos seriamente e mandei ele para o Doutor Lucas Jankauskas, médico do esporte que o atendeu durante toda a preparação, e também para o Dr. Gerson Leite, da Trifosfato Fisiologia do Esporte, que realizou os testes que me deram informações e subsídios para preparar com mais cuidado toda a parte de treinamento.

Retornando ao primeiro olímpico em 2015. 3h18min.
No Internacional, dois meses depois, 2h38min. As coisas estavam indo bem.

Mas era chegada a hora de entrarmos na parte crítica do treinamento, onde os volumes aumentariam consideravelmente e a tênue linha que separa o sucesso do fracasso cresceria exponencialmente. Fui cuidadoso ao sentar com o Cesar e lhe alertar que o Ironman é uma prova que não aceita desaforos e o treinamento deve partir desse mesmo princípio.

Estar se sentindo bem não é uma garantia de que algum treino possa ser maior ou mais intenso. As sessões maiores precisariam serem respeitadas e muito bem dosadas.


As sessões começaram com distâncias intermediárias sempre em três estímulos semanais, um em cada modalidade.
No momento seguinte, quando as distâncias passaram a serem máximas dentro do estabelecido nos ciclos e com períodos entre seis e oito dias entre cada uma delas , separadas por quatro dias entre as modalidades ( apenas o ciclismo e a corrida ).

Não quero me alongar e a intenção dessa postagem não é a de explicar como aconteceu todo o treinamento do Cesar. Apenas pontuar rapidamente que com estratégia, disciplina e confiança e honestidade entre as partes é possível partir de algo totalmente desconhecido e se construir uma base de treinamento capaz de aproximar muito o atleta do sucesso.

Com o primeiro estágio e três semanas do segundo, Cesar partiu para o grande e desconhecido desafio de realizar o Long Distance de Pirassununga.



Tivemos o nosso grande problema a ser resolvido. 
Cesar teve dificuldades em finalizar a prova. As distâncias, apesar de serem conhecidas individualmente, naquele momento para ele era uma novidade que custou alguns dias de recuperação.
Passou por mim durante os 10kms iniciais da meia maratona em um ritmo muito aquém do esperado e ali surgiu em minha mente uma grande dúvida. Ou eu o retirava da prova para não atrapalhar a sua preparação para o Ironman ou eu o deixava terminar para que a frustração da desistência não o afetasse negativamente. 
Ele mesmo passando por mim na corrida me disse:

- Silvão. Eu vou terminar essa p.... ! 



E terminou. 7h18. Gelei. Ali, pela primeira vez, percebi que precisava rever algumas coisas da preparação. Mas guardei isso comigo.
Uma semana depois, uma inesperada caxumba o deixou fora de combate por uma semana, mas ao mesmo tempo deixou o cara com fome de treinamento e volume.

Toda a nossa preparação de transições e longos de ciclismo foi realizada no Riacho Grande porque a nossa proposta de treinamento não condizia com a Rio Santos. Essa foi uma decisão acertadíssima porque aquele circuito de 17km é duro, com muitos trechos de falsos planos e subidas sem tanta intensidade que poderia contribuir em uma preparação mais linear e sem excessos. Marcão estava sempre presente nos longos, cada um com a sua distância e intensidade a serem realizadas.

Veio o primeiro 120km. Para o Marcão, 160km. E a primeira grande bronca. Durante os primeiros 60kms, andaram juntos. Eu chamei a atenção do Cesar que o ritmo do Marcão não era o dele e que ele não aguentaria o treino. Na parada dos 60km, ele me perguntou se poderia fazer 160km também, Eu disse que não porque ele iria quebrar nos 120km. Ele riu e continuou, afinal de contas, eram apenas mais 60kms.

Ele finalizou aquele treino se arrastando. Chegou no carro, encostou a bike e se jogou no chão. Cheio de dores. Me falou que não tinha ido bem em Pirassununga e não havia aguentado um treino de 120km de bike. Imagina então 180km e mais uma maratona. Me disse que estava pensando seriamente em desistir.
Durante uns 15 min ele se recuperou, e quando sentou no banco, ouviu nos próximos 15 min uma "bronca" definitiva.
Resumindo os 15 min, " ou ele respeitava o que estava sendo proposto nas planilhas que eram cuidadosamente pensadas e planejadas ou seria melhor desistir. Ou ele respeitava os limites do corpo dele, que ainda estava aprendendo a sofrer, ou seria melhor desistir. "


Calado ele ouviu. Me parece que apreendeu. E aprendeu. Ali ele sabia que quem estava falando não era o amigo que havíamos nos tornado. Era o treinador, com experiência em competições e com muitas histórias de frustrações em competições. E que queria apenas o bem dele. E que ele fosse bem sucedido na realização daquele sonho.

Vieram outros tantos treinos maiores. 150km, 180km, 3h de corrida, 3h30 de corrida, treinos de transição ( ciclismo longo e corrida curta, ciclismo curto e corrida longa, intermediários ) e a energia mental e a força física começaram a surgir. Todo o período de treinamento sem nenhuma intercorrência (apenas a caxumba). Não houveram quedas, não houveram lesões e nem gripes ou quedas bruscas de imunidade que pudessem interromper a preparação.

Houveram muitas abdicações, tenho certeza. As negociações com a família sempre são tensas e necessárias. É preciso mudar toda a rotina de horários e alimentação, restringir diversões e prazeres, tudo em função da realização de algo grandioso que é um sonho a ser realizado.
A Tânia, sua esposa, foi a parceira ideal, sendo parte integrante desse sonho e colaborando sobremaneira com tudo. Não é fácil ficar em casa horas esperando o parceiro retornar de longos períodos de treinamento, abdicar de uma balada, de uma bebidinha, de uma diversão. Nota dez pra "dona" Tânia, como eu a chamo carinhosamente.
Dona Alaíde, psicóloga e mãe, que sempre mandava nas postagens mensagens positivas e que encharcavam de energia a mente do cara.

Seu irmão Felipe e esposa, que estiveram presentes em Floripa.
O Marcão, que foi parceiro de treinos em 80% do tempo.


Enfim, resumidamente, no último domingo do mês, 29 de maio de 2016, o Cezinha alinhava com mais algumas centenas de atletas para largar para ir em busca de seu sonho.
Nem tudo acontece sempre como esperamos e é preciso sempre estar preparado para enfrentar o desconhecido e o insondável.
Para dificultar um pouco as coisas, o dia amanheceu nublado, com chuva e muito frio.
Mas aquilo já não importava. Era preciso cumprir a missão dada.


 


E depois de 15h31min o até então "rookie" no triathlon, com apenas pouco menos de oito meses de treinamento Cesar Aarão, o Cézinha como carinhosamente eu o chamo, passou por aquele pórtico de chegada, a tão sonhada "Finish Line" para ouvir do locutor da prova a frase que tantos buscam com garra e determinação:

" César. You are a IRONMAN ".

De quebra, ainda recebeu a medalha do vencedor e recordista da prova, o canadense Brent McMahon.



Agora é só tatuar a perna e comemorar.
Parabéns, BROTHER. 

Quis e consegui ser uma pequenina parte que contribuiu dando o meu máximo para que isso acontecesse.
E aconteceu.
Sou um cara feliz e realizado por apenas um único motivo.
Te vi chegar SORRINDO.



JAMAIS TIRE UM SONHO DE UM HOMEM. ( Jim Ward ).



obs.> escrevi rapidamente essa postagem. Tão logo enriqueça de detalhes, aviso aos que compartilharam e leram.