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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

VOLUME X INTENSIDADE ( a grosso modo )

É muito comum em corridas que participamos, ouvirmos um atleta falar ao outro que está retornando aos treinamentos. 
Aí surge uma dúvida ? Voltando do quê ? Será que as interrupções no treinamento devem ser encaradas de uma forma simples ?

Se pensarmos no treinamento de corrida, duas variáveis de cargas que estão sobre o controle do treinador são o volume e a intensidade do treinamento.

Num planejamento de treinamento global ( macrociclo ), essas variáveis tem que respeitar um comportamento que respeite fisiologicamente, as adaptações do corredor. Dessa forma, se formos olhar as mesmas de uma maneira mais detalhada, poderemos observar que elas são inversamente proporcionais, ou seja, a medida que o volume aumenta, a intensidade diminui.
Por isso, erros comuns ocorrem em corredores sem orientação. 
Muitas vezes, ao observarmos um treinamento, é fácil diagnosticar as duas variáveis crescendo simultaneamente. Se isso ocorrer, acontecerá um desrespeito aos sistemas energéticos envolvidos no treinamento, ocasionando uma pré disposição ao super treinamento, com uma respectivo esgotamento físico e queda de performance. Além disso, essas cargas sendo aplicadas de forma errada podem aumentar consideravelmente o surgimento de lesões.

Mas então, como deve proceder um treinamento correto ?
Em primeiro lugar, sempre devemos olhar o treinamento em pequenos blocos. O melhor para entendermos é começarmos com o bloco semanal (conhecido como microciclo ).
Dentro de um microciclo de treinamento, se acertarmos o comportamento das variáveis volume e intensidade numa combinação com respaldo científico e racional, teremos uma resposta de acúmulo de energia e aumento da performance, fenômeno caracterizado pela supercompensação.

Essas combinações fundamentam-se no princípio do heterocronismo da recuperação. 
Esse princípio mostra que dentro do processo do treinamento devemos selecionar o estímulo adequado e o melhor momento para a realização do mesmo novamente, pois se o aplicarmos cedo demais estaremos entrando em um ciclo de desgaste das reservas energéticas, e caso o apliquemos tarde demais, estaremos perdendo os benefícios da supercompensação. 

Fonte:

Verkhoshansky, Y. (2002). Teoría y metodología del entrenamiento deportivo. Barcelona: Ed. Paidotribo.

Viru, A. (1996). Postexercise recovery period - carbohydrate and protein-metabolism. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, 6 (1): 2-14.



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